O mês de maio foi marcado por fortes emoções na Microsoft. A empresa surpreendeu o mercado ao divulgar uma receita de US$ 70 bilhões no primeiro trimestre. Logo depois, veio o anúncio da demissão de mais de 6.000 funcionários. E agora, documentos internos revelam um plano ousado: a criação da sua própria Fábrica de Agentes de IA.

A principal aposta? O Tenant Copilot, desenvolvido pela equipe do Microsoft 365. A proposta é transformar todo o conhecimento corporativo de um cliente — o chamado tenant — em um assistente inteligente que atua como se fosse a própria empresa. Isso inclui o acesso a e-mails, documentos e reuniões, tudo dentro de um ambiente seguro e controlado.

Mas o projeto vai além. Inspirada no conceito de “fábrica de software” que Bill Gates apresentou há 50 anos, a nova visão da Microsoft é integrar IA, nuvem e plataformas corporativas para acelerar o desenvolvimento de soluções em escala.

A empresa também quer ser o Cliente Zero da própria promessa: mostrar na prática como seus agentes de IA aumentam a produtividade e reduzem custos. Cada área da companhia já está testando soluções específicas:

  • Engenharia de Software: agentes autônomos que escrevem e revisam códigos.
  • Suporte ao Cliente: atendimento técnico automatizado por agentes de ajuda.
  • Vendas: copilotos que geram sumários de reuniões e documentos com clientes.
  • Pesquisa: chatbots que analisam grandes volumes de dados e aceleram testes.

Embora o discurso seja de adoção ampla, o impacto inicial tem sido maior na engenharia de software — justamente a área mais afetada pelas demissões, representando cerca de 40% dos cortes.

Coincidência ou não, essa é a mesma área que a OpenAI também está mirando com o Codex, seu assistente voltado para programadores.

A expectativa é que mais detalhes sobre a Fábrica de Agentes sejam apresentados oficialmente durante a Microsoft Build 2025, conferência voltada à comunidade de desenvolvedores e ao futuro das soluções de software e nuvem da empresa.